Nasci a 21 de Fevereiro de 2005

quinta-feira, setembro 21, 2006

Carrocel

Terça-feira, final de tarde. Desafio dos vizinhos da casa do lado esquerdo (informação desnecessária porque os do lado direito não nos desafiam para nada, mas adiante): "vamos jantar fora e levar os miúdos a andar nos carrocéis" (que anda por aqui onde moramos uma festarola que dura uma semana e que, quando cá voltar, já o D. atingiu a maioridade).
E nós fomos, claro. Ainda para mais para uma estreia.
Depois do jantar, lá fomos nós para o recinto dos carrocéis. Começámos pelo mais pequenino. Sentámos o D. num mini-carro de bombeiros (tinha de ser um carro fechado porque ele poderia tentar sair) e pedimos ao G. - 2 anos mais velho - que lhe fizesse companhia. E lá foram eles. Na 1ª volta, o D. começa a franzir o sobrolho, na 2ª, a fazer beicinho e, à 3ª, já se soltara um choro assustado. O carrocel teima em prosseguir viagem, o G. grita-nos aflito porque o D. "tá a chorar!", eu e o pai tentamos convencer o D. - que mal nos vê quando passa por nós - que está tudo bem e fazemos figuras absolutamente ridículas, os pais do G. negoceiam com o maquinista uma paragem antecipada da coisa, o que vem a acontecer porque não há mais ninguém a bordo.
"Olha, não gostou", diz o pai, "mas agora vai andar comigo no grande e aposto que vai gostar". Eu deito uma olhadela aos cavalos e girafas, aos potes e cadeiras que giram e giram e sobem e descem e tenho as minhas dúvidas, mas pronto. E lá foi ele novamente, desta feita ao colo do pai. Não chorou, mas andou às voltas sempre com cara de poucos amigos.
Há tempo ainda para o G. ir dar umas voltas nos mini-carrinhos de choque. O D. - já no carrinho dele (de bebé, não de choque) - olha para as luzes e ouve a música sem o mínimo sinal de entusiasmo.
Vamos finalmente para casa e o D. vai dormir. Ao contrário de 99,9% das suas noites, acorda a meio da noite a chorar e agarra-se a mim quando o vou ver, trepa por mim acima e aponta para a porta do meu quarto. Dormimos todos mal: ele, o pai e eu.
De manhã comento com o N: "Se calhar traumatizámos o miúdo e agora nunca mais quer andar de carrocel". Resposta dele: "Se calhar... mas já viste o dinheiro que se poupa?"

segunda-feira, setembro 18, 2006

Um Novo Ano

Por defeito de profissão (sendo professora), os meus anos não se regem pelo calendário civil, mas sim pelo calendário lectivo. Setembro é o mês da adaptação a novas rotinas. Um novo horário de trabalho, novos colegas, novos alunos, novos níveis de ensino. É agora que tenho que tomar novas decisões: vou inscrever-me no Pilates, vou tentar alterar maus hábitos alimentares e vou, acima de tudo, tentar ao máximo levar para casa o mínimo de trabalho.
E ir buscar-te o mais cedo possível, D. Para lancharmos, brincarmos e rir muito. E cantar, jogar à bola, dançar, correr, saltar em cima das folhas secas do jardim, fazer disparates e cair de vez em quando.
O meu coração fica tão pequenino quando te deixo de manhã. Sei que adoras estar na "Casinha da T." e que, ali, estás (quase) tão bem como se ficasses com os papás ou com os avós. E ainda por cima com outros meninos com quem brincar. Mas o teu choro e a maneira como te agarras a mim e trepas por mim acima, quando te deixo de manhã, são um peso que tenho de carregar comigo ao longo dos dias. Mas vai passar, eu sei. Lá chegará o interiorizar desta nova rotina e passarás a despedir-te de mim com beijinhos apressados pois a brincadeira chama por ti.
Para nós, um bom ano.
E para vocês, também.

sábado, setembro 16, 2006

(Re)Início

Este não é o nosso primeiro blog. Mas é um novo caderno, com uma capa ainda sem os cantos amassados, com as linhas em branco. A mamã (o eu desta história) distanciou-se - cansou-se - do outro caderno. Deixou-o ao abandono e agora não lhe apetece voltar a escrever nele. Trocou-o por um novo - coitado!

Este blog também é, tal como o outro, para ti (o tu desta história). Existe porque tu existes, filho.